domingo, 11 de julho de 2021

ENSINO HÍBRIDO

 Ensino Híbrido


Desde o ano passado, 2020, a educação, bem como vários setores, passaram por uma transformação para não parar e seguir o fluxo do seu objetivo que é transmitir conhecimento aos alunos. A pandemia do Covid-19, foi o motivo pelo qual se deu essa outra forma de ensino.

A pandemia de Covid-19 transformou nossas vidas desde o seu surgimento pois temos que seguir alguns protocolos para tentar combater esse vírus, tais como: usar máscara, álcool gel, e manter o distanciamento social. Este é o item que mais influenciou o cotidiano pois algumas profissões são impedidas de exercer suas funções e outros setores tiveram que se modificar para atender a demanda especifica de sua abrangência, que é o caso das escolas, da forma de ensinar, hoje denominada como ensino híbrido.

De acordo com Bacich (2015), o Ensino Híbrido é uma abordagem pedagógica que combina atividades presenciais e atividades realizadas por meio das tecnologias digitais de informação e comunicação. 

“O termo híbrido vem do “misturar”, “mesclar”, algo ‘heterogêneo’, que envolva duas ou mais situações/objetos.” (SCHIEHL; GASPARINI, 2017)

Então, para a educação não parar, houve uma reformulação e adaptação a um novo estilo de ensinar. Mesmo que os professores resistam, as tecnologias avançam para os meios escolares, ou acadêmicos. Dessa forma, tanto os alunos quanto os professores passam a fazer parte deste novo contexto de aprendizagem. Pode-se dizer que é uma forma de aprendizagem interativa onde o desafio está em como filtrar o excesso de informações e o que fazer com elas. Nesta visão, a responsabilidade com o processo de ensino e aprendizagem passa a ser dividida igualitariamente. (CASTRO et al., 2015)

Prevendo diminuir os casos da pandemia, foi necessária essa adaptação no ensino, pois como não se tem muitos dados sobre o vírus e ele se propagou rapidamente criando variantes, ao qual as vacinas que estão sendo desenvolvidas não sabem ao certo se combatem, além do vírus, suas variantes. Nesse sentido, para preservar a saúde de professores e alunos, tornou-se necessário fazer uma alteração provisória na forma de ensino.

Algumas pessoas se adaptaram fácil a essa nova realidade, mas muitas pessoas ainda tem um pouco de dificuldade, mesmo vendo todo o lado positivo que essa abordagem proporciona.

Tratando de ensino tradicional estão presentes diversos fatores que proporcionam o aprendizado do estudante: o professor em sala, os colegas com mesmos objetivos e lugares para se concentrarem. Quando relacionamos essas características ao ensino híbrido, divide-se esse ambiente físico com o mundo virtual, que pode promover o desenvolvimento do ser crítico, compreendendo o estudante em diferentes atividades com e sem tecnologias, favorecendo para que todos nesse ambiente aprendam. (SCHIEHL; GASPARINI, 2016)

Schiehl e Gasparini (2017) realizaram um Mapeamento Sistemático de Literatura (MSL) e nesse MSL foi possível destacar as ferramentas que mais estão sendo utilizadas pelos pesquisadores para combinar o ensino presencial com ferramentas online. De uma forma geral  destacaram-se: os Ambientes Virtuais de Aprendizagem – AVA (56%), o Google (17%) e o Facebook (7%). Ainda se destacou a plataforma do Edmodo (3%) e os outros (17%), os quais não associaram a nenhum ambiente ou plataforma virtual.

Souza, Santos, Rodrigues, Felix, Gomes, Rocha, Conceição, Rocha e Peixoto (2021) destacam que o meio de ensino por plataformas realiza-se tanto por aulas em tempo real (síncronas), essencialmente entre o professor e o aluno, quanto por aulas gravadas (assíncronas), com a apresentação do material para a turma, disponibilizado por meio de plataformas tecnológicas. Além disso, deve-se registrar a modalidade de suporte personalizado à distância, com atenção particular aos alunos, uma espécie de trabalho explicativo.

Algumas opções foram mais aceitas e estimuladas para o ensino remoto: classroom, meet, WhatsApp e zoom. Cada um com suas particularidades que atendem as necessidades de cada grupo, de cada situação.

A educação on-line é concebida para promover a (co)autoria do aprendente, a mobilização da aprendizagem crítica e colaborativa, a mediação docente voltada para interatividade e partilha, traz a cibercultura como inspiração e potencializadora das práticas pedagógicas, visa a autonomia e a criatividade na aprendizagem (SANTOS; CARVALHO; PIMENTEL, 2016, p. 24).

Primeiramente, por ser um aplicativo bastante conhecido e por se pensar que seria apenas temporário, o uso do WhatsApp para envio das atividades pelos professores aos alunos e o retorno das atividades feitas pelos alunos aos professores foi escolhido para atender essa necessidade. 

Ouvi relatos de mães em conversas aleatórias durante as aulas de pilates que ministro em uma clínica em um bairro de classe média alta, ao qual esse sistema era muito bagunçado, muitas mensagens sem necessidades, que poluíam o grupo e as professoras tiveram que optar por grupos menores, por turmas e não por anos / séries. Mesmo assim o alto fluxo de mensagens impedia alguns pais de acompanharem as mensagens e tarefas a serem realizadas, o que causava constrangimento e desconforto em alguns pais. 

Os professores perceberam a necessidade de mudar o sistema, a forma de envio dos conteúdos e das atividades, então entraram em cena os programas de, meet e zoom, ao qual permite realizar vídeo aulas em tempo real. Mas a realidade financeira de algumas famílias não possibilita o acesso a uma internet de qualidade, o que impede a participação de alguns alunos nas aulas neste formato de ensino. E existe a opção de imprimir as tarefas, realizá-las e enviar para seus respectivos professores. 

O Classroom, outra ferramenta muito útil também está sendo usada para os professores enviarem conteúdos e atividades e os alunos retornam as atividades com fotografias das tarefas ou alguns professores disponibilizam um arquivo editável ao qual o aluno não tem necessidade de imprimir, apenas editar e salvar o arquivo dentro da pasta específica da matéria / disciplina.

Alguns professores se queixam da demanda de trabalho que o ensino híbrido exige e os alunos não reconhecem o trabalho e não acompanham e não retornam as atividades. 

Por outro lado, alguns pais reclamam que necessitam auxiliar os filhos nas tarefas e criticam professores que enviam tarefas simples e curtas e professores que enviam tarefas complexas. Percebe-se descontentamento em ambos os lados, mas o empenho de perpetuar o ensino também é visível.

A educação possui uma importância gigantesca e isso é indiscutível. Então, pais, professores e alunos tentam seguir em frente nesse modo de ensino que se apropria das abordagens  desenvolvimentista e construtivista

A Educação  Desenvolvimentista  considera que a escola tem o compromisso de gerar um ambiente  sintonizado  com  as  necessidades  da criança  estipuladas  a  partir  do  reconhecimento  do processo   de   desenvolvimento   pelo   qual   ela passa.  Esse  processo  é  observado  como  continuo  e ilimitado,   tangendo   ao   educador   transpassar   os padrões  desenvolvimentistas  em  atividades  que o   desenvolvam.  (MANOEL, 2008)

Baseado nesse sentido, os professores procuram elaborar aulas que possibilitem os alunos a realizarem a partir de casa.

Gaspari (2002 apud São Paulo 1996), destacam que a proposta construtivista possui no jogo o principal meio de ensinar, um recurso pedagógico, pois a medida que joga a criança aprende. Pensando nesse apontamento, os professores elaboram aulas mais dinâmicas para atrair a atenção dos alunos, principalmente nas aulas de Educação Física ao qual necessita de espaço e materiais específicos.

Sentimos saudades da rotina e da forma como eram as aulas presenciais, mas acredito que o Ensino Híbrido vai deixar seu rastro no ensino tradicional quando for possível voltar as aulas presenciais pois poder acessar informações e explicações na hora que o aluno quiser estudar no contra turno é maravilhoso. 

Nem tudo é de todo ruim, tudo tem seu lado positivo e negativo e a evolução da humanidade é desencadeada também nesse sentido. Então, se pudermos levar adiante só os aspectos positivos dessa revolução na educação, e somar aos pontos positivos do método tradicional de ensino, todos sairão ganhando, inclusive mais conhecimento e qualidade de ensino e aprendizagem e a humanidade continuará subindo os degraus da evolução, tanto da educação quanto da medicina. Pois a vacina ao combate do Covid-19 só foi possível após vários estudos, o que comprova que a educação, a dedicação ao estudo de qualidade sempre ditará o progresso da humanidade. 

Enquanto algumas escolas aqui da cidade de Caxias do Sul não tem condições de receber os alunos para aulas presenciais, muitas diretoras optaram pelo ensino remoto, onde os conteúdos são passados para os alunos de forma virtual, pelo aplicativo Classroom, onde os professores disponibilizam textos, imagens, vídeos produzidos por eles mesmos para transmitir o conteúdo desejado e links de vídeos disponíveis no Youtube que complementam e ajudam o aluno a compreender melhor o que está sendo repassado.

Essa didática está sendo utilizada nas duas escolas estaduais que estou inserida nesse semestre: o Colégio Estadual Henrique Emílio Meyer onde estou ligada pelo Estágio em Educação Física II, com a turma do quarto ano B do ensino fundamental e também no Instituto Estadual de Educação Cristóvão de Mendoza, ao qual estou ligada pelo Programa Residência Pedagógica, com as turmas do professor Antony Velho Hoffmann no ensino médio, abrangendo as turmas: 1102, 1103, 1104, 1201, 1202, 1203, 1204, 1301 e 1302.

É uma pena que os alunos retornem muito pouco as atividades que são disponibilizadas e não aproveitam essa oportunidade de ensino que está sendo vivenciada, pois caso haja dúvidas, os professores estão disponíveis para saná-las a todo momento. Inclusive, algumas disciplinas acontecem aulas síncronas, com vídeo aulas onde os alunos podem se conectar uns aos outros e aos professores, ficando mais próximos da realidade escolar. 

E acredito que essa metodologia será adotada quando a pandemia terminar, pois os conteúdos disponibilizados na internet contribuem e auxiliam os professores e alunos para compreenderem melhor os conteúdos trabalhados em aula.

 


Referências:

BACICH, Lilian. Ensino Híbrido: Personalização e Tecnologia na Educação. Porto Alegre: Penso Editora, 2015.

CASTRO, Eder Alonso et al. ENSINO HÍBRIDO: DESAFIO DA CONTEMPORANEIDADE? Periódico Científico Projeção e Docência, [s. l], v. 6, n. 2, p. 47-58, 2015. Disponível em: http://revista.faculdadeprojecao.edu.br/index.php/Projecao3/article/view/563/505. Acesso em: 10 abr. 2021. 

GASPARI, Telma Cristiane. A Dança Aplicada às Tendências da Educação Física Escolar. Motriz, São Paulo, v. 8, n. 3, p. 123-129, set. 2002. Trimestral. Disponível em: http://www.rc.unesp.br/ib/efisica/motriz/08n3/Gaspari.pdf. Acesso em: 10 abr. 2021. 

MANOEL, Edison de Jesus. A ABORDAGEM DESENVOLVIMENTISTA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR – 20 ANOS: uma visão pessoal. Revista da Educação Física/Uem, [S.L.], v. 19, n. 4, p. 473-488, 30 dez. 2008. Universidade Estadual de Maringa. http://dx.doi.org/10.4025/reveducfis.v19i4.6039. Disponível em: https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/RevEducFis/article/view/6039/3779. Acesso em: 10 abr. 2021. 

SCHIEHL, Edson Pedro; GASPARINI, Isabela. Contribuições do Google Sala de Aula para o Ensino Híbrido. Renote-Revista Novas Tecnologias na Educação, Joinville, v. 14, n. 2, p. 1-10, dez. 2016. Disponível em: file:///C:/Users/Usuario/Downloads/70684-293035-1-PB%20(1).pdf. Acesso em: 10 abr. 2021. 

SCHIEHL, Edson Pedro; GASPARINI, Isabela. Modelos de Ensino Híbrido: um mapeamento sistemático da literatura. In: XXVIII SIMPÓSIO BRASILEIRO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO - SBIE (BRAZILIAN SYMPOSIUM ON COMPUTERS IN EDUCATION), 2017, Joinvile. Anais do XXVIII Simpósio Brasileiro de Informática na Educação (SBIE 2017). Joinvile: Brazilian Computer Society (Sociedade Brasileira de Computação - Sbc), 2017. v. 6, p. 1-10. Disponível em: https://www.br-ie.org/pub/index.php/sbie/article/view/7529/5325. Acesso em: 21 abr. 2021.  

SANTOS, Edméa O.; CARVALHO, Felipe S.; PIMENTEL, Mariano. Mediação docente online para colaboração: notas de uma pesquisa-formação na cibercultura. ETD - Educação Temática Digital, v. 18, n. 1, p. 23-42, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/index . Acesso em: 25 abr. 2021. 

SCHIEHL, Edson Pedro; GASPARINI, Isabela. Contribuições do Google Sala de Aula para o Ensino Híbrido. Renote, Porto Alegre, v. 14, n. 2, p. 100-103, 17 jan. 2017. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. http://dx.doi.org/10.22456/1679-1916.70684. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/renote/article/view/70684/40120. Acesso em: 21 abr. 2021.

SOUZA, Katia Reis de; SANTOS, Gideon Borges dos; RODRIGUES, Andréa Maria dos Santos; FELIX, Eliana Guimarães; GOMES, Luciana; ROCHA, Guilhermina Luiza da; CONCEIÇÃO, Rosilene do Carmo Macedo; ROCHA, Fábio Silva da; PEIXOTO, Rosaldo Bezerra. Trabalho remoto, saúde docente e greve virtual em cenário de pandemia. Trabalho, Educação e Saúde, Rio de Janeiro, v. 19, p. 1-14, jan. 2021. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/1981-7746-sol00309. Disponível em: http://www.sinpromacae.com.br/wp-content/uploads/2020/11/Trabalho-remoto-saude-docente-e-greve-virtual-em-cenario-de-pandemia.pdf. Acesso em: 25 abr. 2021.


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